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sábado, 21 de maio de 2011

De tudo, as entrelinhas.

Por Michelle F.


Não precisamos de explicações para saber que existe um ‘meio’. Do que nos ensinam, acho ainda mais lindo tudo o que nunca nos foi dito. Tudo aquilo o que não se fala, o que não se descreve... Tudo aquilo o que a palavra não é capaz de alcançar, de limitar...
Nas entrelinhas é que reside tudo o que há de mais encantador, mais doce, mais completo!
Gosto das reticências, das coisas mais impossíveis... são mais raras e, portanto, mais belas, mais sensíveis, mais intensas. Sou amante do silencioso poder do olhar, das expressões surdas que não se encaixam no restrito significado de uma palavra... são livres, apenas existem! E isso basta. Sou fascinada pelo incontrolável, pelo espontâneo, pelo indescritível. Por tudo o que não precisa de lógica ou permissão para ‘ser’. Sou encantada pelo que não tem limites, nem fim... Sou mesmo é apaixonada pelo que existe entre o ‘sim’ e o ‘não’.

sábado, 7 de maio de 2011

Ai meu Deus, o que é que eu faço?

Por Michelle F.

Um dia desses, ao abrir a janela, tomei um susto quando ouvi de uma amiga, uma frase um tanto e meio desesperada: “Ai meu Deus, o que é que eu faço? Minha vida daria uma novela... Mexicana!”... Curiosa que fiquei depois de interpretar isso como um pedido de ‘socorro’, acabei metendo o nariz na história, que ainda tinha muito a ser contada, em detalhes e correções. Sim, porque a primeira colocação que eu me dei o abuso de fazer foi: “Minha filha, sua vida está um caos, não é?”... Mais do que imediatamente veio a correção. Minha amiga deu-me um freio broxante, do tipo: “Ei, querida, entra devagar!” (rsrs*)

Pois, sim, pelo menos teve um lado positivo nesse ‘peraí’ que meu nariz levou por ser desse jeito assim, intrometido... A vida dela não estava um caos, estava amorosamente enrolada! Pensei, bom, eu não entendo nada de relacionamentos amorosos, mas talvez posso ao menos dar, não o nariz, mas uma mãozinha naquele desaconchego perturbador pelo qual passava ela naquele momento.

Porém, acabei mais complicada do que ela e sem respostas para tudo desde que ouvi o nome dos 4, isso mesmo, '4' possíveis candidatos a ter um final feliz ao lado da mocinha na novela mexicana de uma vida super real.

Desta vez, sobrou pra mim: “Ai meu Deus, eu concordo, o que é que você faz, amiga?!” A única frase que me veio à cabeça depois de ouvir o resumo da novelinha:

...Eles ligam, todos, todos os dias... Em horário de trabalho, almoço, jantar, enfim... todos os dias... 

Mocinho nº1 – Já esteve por um bom tempo na trama. Até já namorou a mocinha durante também um bom tempo, mas, por motivos bem indiscretos e desmerecedores do amor da bela moça, saiu de cena há, igualmente, um bom tempo. Ele é um ótimo, bacana, super amigo, porém, ela já disse, é só isso, amigo. (Ele insiste na fila. Rs*)
Mocinho nº2 – Apareceu, meio que ‘do céu’, cheio de amor pra dar, conheceu a mocinha em sua fase de vulnerabilidade sentimental, sabe... Naquele tempo em que nós mulheres precisamos de um ‘tudo’ e quem nos traz, ou pelo menos tenta nos dar esse tudo ganha rapidinho o nosso mole coração?! Pois, e não é que ele veio com esse ‘tudo’... O bonitão mexicano, mais do que mocinho, moreno alto, não sei se ‘sensual’ também, mas, esses elogios não me cabem (rsrs), atencioso, carinhoso, vida feita, um bolso bem nutrido, conteúdo muito bom... Com direito à flores e tudo mais... (Me parece, pela descrição, que ele está no topo da fila!)
Mocinho nº3 – No meio de tanta dúvida, ainda chega numa festividade, cheio de carinho, fulminando tudo com o super azul de seus olhos, agitando a mocinha com, claro, boas intenções, acendendo aquele ‘fogo’ que só nós mulheres sabemos como é necessário para deixar a vida bem mais alto astral do que parece, participando e trazendo para a história da mocinha uma bagagem cheia de surpresas e, por que não, cheia de conforto e tantas emoções! (Está coladinho, ali bem atrás do mocinho nº2, na fila)
Mocinho nº4 – Novíssimo na trama, ainda não teve oportunidades o suficiente para mostrar um portifólio de vida à altura dos candidatos anteriores. Quase não sei nada a respeito dele, até por que, na conversa, só foi citado uma única vez. (Acho que posso até tirar ele da fila.)”

Pois, então - diante desse, eu diria, labirinto - minha intenção de ajuda numa hora dessas já havia sido enfraquecida como uma castração. Fiquei agora sem nariz, e sem palavras. Complicadíssimo entender o ‘amor’ numa situação assim. Durante minha vida passei por desentendimentos próprios com meu coração, mas, nada que pudesse servir  de inspiração ou ao menos de exemplo para auxiliar no final desta novela real. ‘Difícil hein amiga, boa sorte!’ foi tudo o que eu consegui dizer.

Aqui, registrei esse episódio, em homenagem a esta amiga que amo tanto, e segundo porque sou definitivamente uma admiradora das mil e uma coisas, mesmo que pequenas, que desordenam tão forte os sentimentos de uma mulher. Claro, que aqui tudo é uma superficialidade da história realmente vivida. Mas, Para quem encontra a felicidade juntando dois corações, é claro, vale a pena ganhar SIM um final feliz.
Deixo pra ela, no cantinho da minha janela, um trechinho de palavras guardadas na minha apertada gaveta de razões. As palavras não são minhas, mas, sempre me inspiram e contagiam a dar algum passo, adiante ou não...

“Prefiro esbanjar emoções. Mesmo que doa. Mesmo que, um dia, eu possa me arrepender. Meus arrependimentos duram pouco, alguma coisa me cutuca e diz: olha, que bom que você fez. Que bom que você teve coragem. Que bom que você sente. Que bom que você tenta. Tentar é se arriscar. E tudo na vida tem metade de chance de dar certo. E a outra metade? De dar errado. Mas não é poupando que você saberá.”

(Um beijo pra você amiga! Obrigada pela permissão concedida de compartilhar aqui um pouquinho da história do seu coração!! E, no mais, boa sorte sempre! rs*)