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sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Eduardo - O adeus.



"A dor da perda da vida é a única que consegue calar as palavras. Busca-se explicações, mas raramente se acha. Tenta-se confortar, mas vai doer sempre. Certas coisas são incontroláveis. Certas coisas fazem do homem um "impotente". Quando o imponderável acontece, é muito clara a mensagem que fica: A vida é apenas um sopro. E, na hora da dor, nós somos todos iguais." 

-Michelle Ferreira-

                                                                                                            

Bom, essa não será uma postagem jornalística. Escrevo aqui, como Michelle, sem títulos ou adjetivos. Escrevo aqui com o verbo carne. Apenas para desentalar da garganta o que venho sentindo por esses dias. Costumo escrever aqui no blog sempre que algo que acontece marca a história, ou chama a atenção de muitos, coisas do tipo. O que aconteceu por esses dias se encaixa bem nesses dois parâmetros, mas juro que não consegui escrever até que me acalmassem os pensamentos.

Numa quarta-feira (13/08) pela manhã, mais um dia como qualquer outro fomos surpreendidos por essa catástrofe que abalou nosso país e foi noticiada internacionalmente. Em épocas de eleições, cai um avião que transportava o candidato à presidência Eduardo Campos e sua comitiva. Nossa, gente! Ainda me assusto quando falo a respeito. E não é só isso. Acho que assim como eu, muitos se chocam com o fator "Impotência" que domina uma situação assim. Um avião ultra moderno, conduzido por pilotos mega experientes cai, interrompendo a vida dos que ali viajavam em segundos. Para muitos um avião que cai não significa algo demais. Porém, para mim e maioria isso é algo que choca tanto quanto grandes catástrofes mundiais. Sim! Considero mesmo isso uma catástrofe. 

Eduardo não era qualquer candidato. Ele era querido. E como era. Dava para constatar  isso de perto no dia em que foi realizado o velório no palácio das Princesas. Eu estive lá durante horas e vi o quanto ele já fazia falta. Eram muitas as pessoas que chegavam não apenas daqui  de Pernambuco, mas de todas as partes do Norderte. Muitas! 

Se ele pudesse ver tudo o que lhe foi feito naquele domingo (17/08), certeza não cansaria de sorrir... Muito lindo de se ver tantas demostrações de afeto naquele adeus simbólico.. Isso soa meio poético, não é?! Mas foi isso mesmo! Falo muito emocionada! Quem esteve lá e que consegue ter o mínimo de sensibilidade humana pôde notar tanto carinho... 

"Carinho" essa é a palavra. Ele trazia esperança, calma na alma. levava o povo inteiro no colo como um pai que nina um filho, como alguém que protege... é isso! É mais ou menos isso o que a gente sentia em confiar o governo nas mãos dele. Tive a oportunidade de ver isso várias vezes trabalhando em alguns eventos em que ele estava. Enfim, não quero ser aqui mais uma a elogiar ou exaltar o nome de ninguém.  Contudo, ainda digo, Eduardo era mesmo diferente. Com seus erros, sim, lógico! Mas era. Muitos concordam com o que eu estou dizendo. E quem um  dia pôde estar perto, sabe bem o que estou tentando repassar.  Em junho de 2013 eu estava lá, na rua, dando meu grito de socorro por um país que morre a cada dia nas mãos de governantes nos quais não confio mais. Pedindo pelo direito de mudança! Um pedido de resgate! 

Votei em Eduardo por duas vezes para governador do meu Estado e, por me convencer de que suas propostas eram as melhores para que o Brasil começasse a mudar, votaria novamente para me representar na presidência. Após muitas idas e vindas estava certa de que minha escolha faria alguma diferença dessa vez. Havia escolhido ele. Sim, ele tinha o meu voto de esperança. Contudo, não poderei fazer mais isso. E assumo, tenho a garganta travada por lembrar que isso não será possível. 

Perdemos. Perdemos muito.

"Descanse em paz, Eduardo!" 


     













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